Voto agora é “na faca”.....
Vividos mais de sessenta anos de minha vida, há muito me tornei
um cidadão que se sente na “obrigação” de, a cada 2 anos - atualmente – (já houve tempos que era a cada 4 anos) ,
comparecer às urnas para, pelo menos nesta data, me expressar democraticamente,
imputando a partidos políticos, através de seus candidatos, a ”função de me
representar” nas questões relevantes de minha cidade, meu Estado e País,
através do voto (útil).
Não é fácil para o eleitor e, muito menos aos políticos,
decidir o que fazer e o que não fazer. Cada um “na sua”, os dois agentes
deveriam – sempre - levar em consideração que suas ações e atitudes neste campo
da sociedade, requerem a prerrogativa do direito e do dever, de ambos os lados.
A vida atribulada nos dias de hoje, levou as pessoas e a
sociedade a um ritmo de vida quase alucinante, quando não, de extrema
ansiedade. Na expectativa de ver suas necessidades e anseios “atendidos”;
normalmente, ambos os lados se excedem.
Com o imediatismo que é comum quando as partes, por
conveniência ou não, se invertem nos papéis que cabem a cada uma, ora é o
cidadão que se intitula no direito de querer impor sua vontade à força, ora é o
político se intitulando como “sabedor” do desejo do eleitor, apresentando e
propondo normas de conduta que, muitas
vezes, desagradam boa parte do
eleitorado, gerando insatisfação crescente e provocando tensão na sociedade.
Por inúmeras razões, decorrente das falhas estruturais de
políticas governamentais, com ênfase marcante na formação cultural, o Brasil
com mais de 200 milhões de habitantes, dos quais pouco mais de 70% eleitores,
se encontra em agonia para mais um momento marcante da sua história; quando, no
próximo dia 07 de Outubro, obriga seus eleitores a comparecer às urnas, para
exercer seu direito e dever de eleger seus representantes aos governos do
Estado e Federal, para os próximos quatro anos. Tremenda responsabilidade para
ambas as partes.
Poderia ser mais “light” a participação no pleito se, em
melhor consciência, tivéssemos bem preparados para o exercício desta ação
democrática.
O que nos torna cada vez mais ansiosos para o exercício do
voto a cada pleito, no entanto, não é somente a responsabilidade da tentativa
de “acertar” o voto; mais sim, a instabilidade e a agressividade que, à cada eleição, se torna mais explicita, com
atos violentos, seja pelo destino (doenças, acidentes de avião, mortes mal
explicadas), ou pela truculência de cidadãos nem um pouco preparados para esta
“festa da democracia”, como o “uso da faca” ocorrido no atentado contra o
candidato à Presidente Jair Bolsonaro, vítima de tentativa de assassinato,
provando que ainda temos um longo caminho para a definitiva consolidação da
democracia no Brasil.
Vi inúmeros fatos ao
longo das eleições no Brasil, mas o “uso da faca” na tentativa de definição do
voto do eleitor, foi a primeira vez. E, sinceramente, espero que nunca mais
ocorra, para o bem da história política brasileira. Lamentável.
Escrito por, José Carlos Weil
Economista e Professor.
Colaborador político e colunista mensal do Blog.